
de Rodrigo Arruda e Luiza Yabrudi
Azul, roxo, vermelho, violeta
Uso dedos para vê-los
Toco campainhas de óculos escuros
Britadeiras para perfumar os muros
O volume máximo dos seus negros cabelos
Prefiro mutá-los, para vê-los
Vou listrá-los de uma cor só
Para que frequentemente eu me dane em nós
Uma listra preta entranhada em outra
E uma bem escura contrapondo com uma negra
Confundindo o que é com o que é
Serei o piloto do avião de chumbo
Feito de azul, roxo, vermelho, violeta
Xingarei ao pé do Dumbo
Que decolará de orelhas em pé
Defecando no que é, e no que não é
Definitivamente preto-chumbo
Morre preto-estático o pobre Dumbo
No céu, achei que vi um disco voador
Em terra achei meus fósseis no passado
Só orelhas e outras cores.