Quando a Lady Di morreu, as quatro senhoras se reuniram na frente da televisão. Não se falava em outra coisa, somente no acidente – terrível! Na sala da dona Lelena, contavam-se os minutos para o RJTV e, quando o apresentador dava boa noite, preparava-se um café pra esperar pelo Jornal Nacional. Na hora da novela: “muda o canal, Lelena, deve tá dando a Daiana no SBT”. Quando dava o plantão: “ai, meu deus do céu!” e um silêncio sepulcral. Que perda pra humanidade!
A Estela comentou que quando o Ayrton Senna morreu foi muito bonito. Todo mundo chorando diante dos enfeites do caixão. Gente rica tem essas mortes bonitas, observou a Filomena. A Diana, que não era Daiana e sim Diana mesmo, ficou com pena dos filhos da princesa. Daqui a pouco passa, Diana, daqui a pouco passa, consolava a Terezinha.
Os vizinhos que passavam por lá ficavam sabendo das novidades. “Diz que o motorista tava bêbado!”. “Um homem desses tem que ir pra cadeia!”. Tentaram explicar pra Estela que o motorista também tinha morrido no acidente. “Um homem desses tem que ir pro inferno”.
Durante o programa de fofoca que passava à tardinha, falaram que a princesa traía o príncipe Charles. “Sabia!”, disse a Terezinha. Mas a Estela e a Filomena acharam aquilo um absurdo. A discussão sobre o possível adultério durou até a hora do velório. “Quem é esse?”, quando apareceu o Elton John. Um gay cantando pra família real, “que é que você acha disso?!”.
Cada uma achou uma coisa, até que um dia a vida voltou ao normal. E quando a Diana morreu, de ataque cardíaco, as três senhoras se reuniram na frente do caixão. Mas ninguém falou nada.
Curti paca. Consigo enxergar claramente essa velhinha indignada e pessoas tentando acalmá-la:
ResponderExcluir"Tentaram explicar pra Estela que o motorista também tinha morrido no acidente"
ahahahahaha. Boa Yabba!!!
muito bom...muito bom!!! Esses nomes das personagens...hahahahaha
ResponderExcluir"E quando a Diana morreu, de ataque cardíaco, as três senhoras se reuniram na frente do caixão. Mas ninguém falou nada." Esse final foi gênio! BEIJO!!!
e essa foto da nêga doida, semrpre me faz rir!!!
ResponderExcluirValeu, Cris! Olhar pra nêga doida também me dá uma certa alegria!
ResponderExcluirCaramba que texto mais delicioso! vc deve ter uma familia grande, né... Adorei tanto!
ResponderExcluirnem falo nada... eu sou suspeito...
ResponderExcluirExcelente! Cheia de ritmo! Adorei!
ResponderExcluirTo apaixonado por esse texto! Paixonado!!!
ResponderExcluirLuiza,você deixa os outros blogs no chinelo!
ResponderExcluirAmigos outros, eu adoro os blogs de vocês!
ResponderExcluirA morte como espetáculo midiático é algo quase distante, tão distante quanto Rio-Londres, passível de se comentar tantas vezes quanto o noticiário exibe a notícia do ocorrido.
ResponderExcluirA morte de alguém próximo não se comenta: sente-se a perda do outro, sente-se a perda de si que vai com o outro, sente-se que em breve você também estará ali.
Isso tá muito bom! A coisa da morte de alguém famoso causar a dor falada e demonstrada a qualquer custo e o outro lado que a morte de perto que machuca mais e de verdade que causa silêncio de dor...
ResponderExcluirAdorei a imagem da mulher fumando e gargalhando!
Um gay cantando pra família real!!!!
ResponderExcluirAAUhAUAHuAHuAhAUhA
Gostei muito e a brudi!!!
ResponderExcluirAaaahhh, que coisa toda!
ResponderExcluirLuiza, to odiando essa sua fase sem inspiração.
ResponderExcluiroh yeah
ResponderExcluirparou porque? não nos deixe assim, ávidos !!!beijos!!!
ResponderExcluirFiquei arrepiado com esse final.
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